Besouro
O insecto conhecido na Madeira pelo nome de besouro, é a Macroglossa stellatarum, da ordem dos Lepidopteros. Aparece durante a tarde para sugar o nectar das flores, tornando se por este facto um agente inconsciente da fertilização de várias espécies. Pelo seu tamanho e modo de voar, e pelo ruído que produz quando visita as flores, assemelha se por tal forma ao beija flor, que houve já um viajante inglês que supôs ter visto esta pequena ave na Madeira.
A lagarta do besouro madeirense alimenta se de espécie do género Galium, e nenhumas devastações causa portanto nas plantas das hortas e jardins. Quando bem saciada, entra na terra e transforma se aí em crisalida de cor parda.
Depois de um artigo que o Sr. Dr. Nuno Silvestre Teixeira, distinto medico funchalense, publicou no Diário de Noticias há cerca de 25 anos, e em que eram indicados certos hábitos extravagantes dos besouros europeus, ficaram os madeirenses dando o nome de besouros aos indivíduos dotados de costumes idênticos aos que o referido medico atribuiu aqueles insectos. O besouro madeirense, embora exista na Europa, não tem semelhança nem afinidades algumas com o besouro europeu.
Á entrada da noite aparece com grande frequência nos jardins um outro Lepidoptero, muito maior e mais robusto que a Macroglossa e a que madeirenses chamam borboletão ou besouro. Este insecto, pertencente também aos esfingidios, é a Sphinx Convolvuli, cujas larvas se alimentam de folhas de batateira etc., etc.. Os rapazes costumam apanhar os borboletões na ocasião em que pousam nas flores para sugar o nectar de que se alimentam.