Azurara (Gomes Eanes de)
Este nosso distinto cronista do século XV ocupou-se na sua Chronica do Descobrimento e Conquista da Guiné da descoberta do arquipelago da Madeira. Foi quasi contemporâneo dos acontecimentos que narrou, e tratou com pessoas coevas desses sucessos e teve á sua disposição os documentos que o podiam habilitar a escrever a historia com inteira verdade e ainda com conhecimento directo dos factos. Tem, pois, um grande valor e uma indiscutível autoridade o seu testemunho ao fazer a narração dos acontecimentos de que se ocupou na sua Chronica. As circunstancias do descobrimento da Madeira que ele, embora resumidamente, descreve, são as que oferecem ao investigador consciencioso elementos mais seguros para a reconstituïção da verdade histórica deste ponta tão interessante e tão capital da descoberta do nosso arquipelago. A tal respeito, veja-se a nota III ás Saudades da Terra. A Chronica da Guiné esteve inédita cerca de quatrocentos anos, sendo publicada em Paris, em 1841, pelo Visconde de Santarém.