Rodas de Caminho
Tendo a Junta da Real Fazenda pedido à Câmara Municipal do Funchal «que indicasse o meio mais suave de exigir aos moradores desta ilha uma contribuição para reparo das ruínas ocasionadas pela aluvião de 9 de Outubro de 1803», resolveu a mesma Câmara, em sessão de 21 de Agosto de 1804 e depois de ter ouvido as pessoas da nobreza e povo, este representado pela Casa dos Vinte e Quatro, «que o meio mais igual, menos pesado e mais conforme com o fim proposto de concorrerem os habitantes da ilha para reparo das ribeiras, era ficarem obrigados todos os habitantes varões da idade de 16 anos até a de 60, sem excepção de pessoa alguma eclesiástica ou secular, nacional ou estrangeira, fidalgo, nobre ou plebeu, a irem por escala trabalhar no desentulhb e reparo das ribeiras, não excedendo a cinco vezes em cada ano, gratuitamente cada um naquelas do distrito da cidade ou vila donde for morador e aonde for preciso esse trabalho». Assim teve origem a contribuição das rodas de caminho, que caiu em desuso no Funchal pelos anos de 1880, e que era permitido remir a dinheiro conforme «o preço que vencer diariamente cada Jornaleiro», como ficou estabelecido na referida sessão camarária de 21 de Agosto de 1804 (1921).