Sociedade

Asilo de Artes e Ofícios

Quando em fins do ano de 1910 e princípios de 19ll grassou na Madeira a epidemia da colera-morbus, surgiu a ideia da fundação dum Asilo de Artes e Ofícios, especialmente destinado ao albergamento dos menores que a epidemia deixara orfãos e ao desamparo. Foi o Dr. José Alfredo Mendes de Magalhãis, que então desempenhava entre nós o cargo de Alto Comissário da Republica, que concebeu essa generosa iniciativa e chegou a lançar as primeiras bases para a sua fundação. Uma subscrição publica e outros donativos foram os fundos então adquiridos para essa criação, fundos que atingiram a importância de 16.995.120 reis e que em Junho de 1917, com os juros acumulados, prefizeram a quantia de 22.000.000 reis. Por esta ocasião, a gravissima crise provocada pelo conflito europeu, levou a comissão administrativa desses fundos a ceder os rendimentos deles ao Asilo da Mendicidade e Orfãos do Funchal para atenuar a situação angustiosa por que passava esta tão simpática e útil instituição.

O Asilo de Artes e Ofícios não chegou a fundar-se, e a comissão administrativa dos respectivos fundos, que era composta do governador civil, general Norberto Teles e major J. Reis Gomes, pensou em cedê-los ao Asilo da Mendicidade e Orfãos para a construção dum pavilhão destinado a oficinas e o remanescente para aumentar os fundos do mesmo Asilo, para o que teve o parecer favorável do Dr. Alfredo de Magalhães.

Pessoas mencionadas neste artigo

Dr. José Alfredo Mendes de Magalhãis
Alto Comissário da Republica
General Norberto Teles
Governador civil
Major J. Reis Gomes
Membro da comissão administrativa

Anos mencionados neste artigo

1910
Epidemia da colera-morbus
1917
Fundo atinge 22.000.000 reis