História

Fome no Porto Santo

A crise que a Madeira atravessou no ano de 1847 também se fez sentir na vizinha ilha do Porto Santo. Por diferentes vezes foi preciso enviar para ali socorros em géneros e em dinheiro, mas a pesar disso, «decerto não poderia o povo resistir a tão grande flagelo, dizem os Annais do Porto Santo, a não ser a grandissima abundância de peixe, principalmente cavalas, que se chegaram a vender a 50 por meio tostão». Em 1802 em 1806, em 1815, em 1816 e em 1829 houve também fome no Porto Santo, tendo sido preciso enviar para ali socorros em géneros, e depois de 1847 ainda aquele flagelo se fez sentir mais algumas vezes naquela ilha, como por exemplo em 1850, em 1854, em 1855 e em 1883. Por ocasião da fome de 1850 tomou o Governador José Silvestre Ribeiro sobre si a responsabilidade de mandar sair dos cofres públicos o dinheiro preciso para a compra de 75 moios de cereais destinados ao povo da vizinha ilha, assim como conseguiu que dois vasos de guerra americanos que apareceram no porto do Funchal contribuíssem com 8 moios de milho para o mesmo fim. As estiagens prolongadas a que está sujeita a ilha do Porto Santo são a causa principal da miséria e da falta de subsistências que se notam ali em certos anos. Quando é grande a seca, são insignificantes as colheitas, o que constitue a maior das desgraças num país em que uma grande parte da população vive apenas dos recursos que fornecem as terras.

Pessoas mencionadas neste artigo

José Silvestre Ribeiro
Governador

Anos mencionados neste artigo

1802
Houve fome no Porto Santo
1806
Houve fome no Porto Santo
1815
Houve fome no Porto Santo
1816
Houve fome no Porto Santo
1829
Houve fome no Porto Santo
1847
Crise na Madeira
1850
Houve fome no Porto Santo
1854
Houve fome no Porto Santo
1855
Houve fome no Porto Santo
1883
Houve fome no Porto Santo

Localizações mencionadas neste artigo

Porto Santo
Ilha