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Estorninho (Sturnus vulgaris)

Pássaro da família Esturnida, que visita invariavelmente as ilhas deste arquipelago durante a estação invernosa. É ave de hábitos sociaveis, sendo vista em bandos por vezes assaz numerosos.

Estrada e Ponte monumental

A ponte do Ribeiro Sêco, e a estrada que, entestando nela, conduz á freguesia da Câmara de Lobos, são geralmente conhecidas pelos nomes de Ponte Monumental e Estrada Monumental, porque o primitivo projecto da sua construção obedeceu ao pensamento de as considerar como um monumento erguido á memória do rei de Portugal D. Pedro IV. Deveriam ter o seu nome e destinavam-se a comemorar entre nós a sua acção como rei libertador. Foi o seu companheiro de armas e amigo dedicado, Luiz da Silva Mousinho de Albuquerque, o primeiro governador da Madeira no período constitucional, que, em 1835, concebeu esse projecto que a sua curta demora na administração superior deste distrito deixou apenas iniciado. Ocupando-se deste assunto, diz Servulo Drumond de Meneses:

“Logo ao sahir da cidade para o lado oeste encontra-se uma grande quebrada que as torrentes hão formado, e no fundo da qual passa o Ribeiro Secco. Esta quebrada intentou o Sr. Mousinho d'Albuquerque atravessar por meio de uma ponte pensil; e para esse fim começou por mandar construir dois gigantescos pilares, afora dos fortissimos encontros em cada uma das bordas da quebrada. Entrava no plano a ideia de levantar um monumento á memória do Immortal Duque de Bragança, Magnânimo Libertador dos Portugueses, e nesta conformidade devia a obra ser magnífica e grandiosa. Sucedeo porem que ausentando-se da Ilha o Sr. Mousinho de Albuquerque, não progrediram mais os trabalhos já começados, e assim se frustaram por muito tempo os louváveis e patrióticos desígnios do ilustre governador da Madeira, que, incansável e preserverante, havia não só dado já um grande impulso á obra, mas também reunido muitos materiais, que por fim se foram perdendo.”

O governador civil barão de Lordelo (1838-1840) tentou louvavelmente prosseguir os trabalhos começados, mas não conseguiu remover as dificuldades que se levantaram á execução desta obra. Coube essa glória ao benemérito e mais ilustre governador deste arquipelago o conselheiro José Silvestre Ribeiro, que, depois de aturados esforços pôde levar a cabo a realização desse grande empreendimento. Os trabalhos de construção começaram no dia 6 de Março de 1848 e achavam-se quasi concluídos no fim do mesmo ano.

O conselheiro José Silvestre abriu para este fim uma subscrição publica, que rendeu mais de três contos de réis, e a câmara do Funchal contribuiu com cerca de dois contos.

O secretario geral do governo civil do Funchal, Servulo Drumond de Meneses, publicou em 1848 um folheto intitulado Colecção de documentos relativos á construçao da Ponte do Ribeiro Secco, que contém dados muito interessantes acerca desta obra que, não merecendo o nome de monumental, foi no entretanto um importante melhoramento, há muito reclamado e que veio satisfazer uma grande necessidade publica. A estrada que é a continuação da ponte, ficou então apenas iniciada e prosseguiu com bastante lentidão até o seu final acabamento, e a ponte de alvenaria, na ribeira dos Socorridos, foi começada a 5 de Junho de 1848.

Pessoas mencionadas neste artigo

Barão de Lordelo
Governador civil (1838-1840)
D. Pedro IV
Rei de Portugal
José Silvestre Ribeiro
Conselheiro e governador do arquipelago
Luiz da Silva Mousinho de Albuquerque
Primeiro governador da Madeira no período constitucional
Servulo Drumond de Meneses
Secretario geral do governo civil do Funchal

Anos mencionados neste artigo

1835
Concepção do projeto da Ponte Monumental e Estrada Monumental
1848
Início dos trabalhos de construção da Ponte do Ribeiro Secco

Localizações mencionadas neste artigo

Ribeiro Sêco
Localidade na Ilha da Madeira