Agrela (João Agostinho Pereira de)
Nasceu no Funchal em Maio de 1777, e pertencia a uma antiga e nobre família, que tinha a propriedade do lugar de escrivão da Câmara do Funchal, concedida por D. João IV em 1645 a um dos ascendentes de Pereira de Agrela. Diz o Dr. Álvaro de Azevedo que era um dos madeirenses mais eruditos do seu tempo. Foi ele que, no princípio do século passado, mandou extrair a cópia das Saudades da Terra, que serviu de texto à publicação que desta obra fez o Dr. Azevedo em 1873.
V. artigo Saudades da Terra.
"Era homem, diz o Diccionário Popular, muito lido e grande investigador de antiguidades; escreveu uma colecção de memórias genealógicas, que existem inéditas em 5 grossos volumes em poder dos seus herdeiros, e que trata de todas as famílias nobres que se passaram à ilha da Madeira e suas gerações, com bastantes curiosidades relativas a algumas delas. Esta obra revela aturado estudo de um espírito curioso e uma critica esclarecida, sendo certamente a mais expurgada de erros e a mais desenvolvida que se encontra neste ramo da história daquela ilha.
Como professasse ideias liberais, foi preso em 1828 e enviado para Lisboa, onde esteve na fragata D. Pedro um ano, e na cadeia do Limoeiro outro ano, sendo por fim condenado a não voltar à Madeira por mais um ano. Regressando à pátria em 1834, aqui faleceu no ano imediato, no mês de Fevereiro.