Branco (Padre João Manuel de Freitas)
Este sacerdote, um dos maiores talentos da provincia da Madeira, como lhe chamava em 1822, o Patriota Funchalense, nasceu no Funchal em 1773, ou pouco depois, e faleceu no Rio de Janeiro em 1831.
Exerceu durante 24 anos consecutivos funções eclesiásticas em várias paróquias afastadas do Funchal, e era em 1822 vigário colado de S. Jorge, quando foi eleito deputado às cortes pela ilha da Madeira.
Tendo partido nesse ano para Lisboa, tomou assento no parlamento, onde defendeu com bastante inteligência e critério os interesses da sua terra.
Restabelecido o governo absoluto em Portugal e dissolvidas as cortes, voltou Freitas Branco à Madeira, sendo nomeado em 1826 professor de gramatica latina e latinidade no Funchal, e em Setembro de 1827 membro da comissão de censura.
Era constitucional exaltado, e durante o governo de Valdez por várias vezes se serviu do púlpito para aconselhar o povo a respeitar os direitos de D. Pedro.
Foi pronunciado pela alçada que o governo de D. Miguel enviou à Madeira em 1828, mas não chegou a ser preso por ter emigrado para o Brasil.
Colaborou no Patriota Funchalense e foi sócio correspondente da Sociedade dos Amigos das Sciencias e Artes. Dos muitos sermões do vigário Freitas Branco, só viu a luz da publicidade o que ele pregou na Sé Catedral em 28 de Janeiro de 1822, no primeiro aniversário da proclamação do governo constitucional nesta ilha, intitulado “Oração de acção de graças que na solemnidade do anniversario do faustissimo dia 28 de Janeiro de 1821 pregou na Sé Catedral do Funchal em o anno de 1822”.