Azevedo (Dr. Domingos Olavo Correia de)
Era magistrado duma das comarcas do Funchal, quando, por decreto de 26 de Março de 1841, foi nomeado Administrador Geral da Madeira, que era então o nome que tinham os governadores dos distritos, sendo o terceiro e o ultimo que entre nós exerceu tal cargo com aquela denominação. Tomou posse a 2 de Abril de 1841. Foi eleito deputado substituto pela Madeira e senador também substituto para a sessão legislativa de 1838 a 1840.
John A. Dix na sua obra intitulada Um inverno na Madeira faz as mais elogiosas referências ao Dr. Domingos Olavo e afirma que é natural da Madeira, o que nos parece não ser exacto.
Deu-se um facto durante o seu governo, que constitue um episódio interessante da historia madeirense e que não deve ficar em completo esquecimento.
Por ser encontrado a fazer contrabando nas águas da Madeira, a fiscalização marítima apreendeu o patacho Bernarda, que foi forçado a demandar o porto do Funchal e aqui vendido em hasta publica, ao abrigo das leis aduaneiras de então. Pouco tempo depois, a 8 de Agosto de 1841, entrou na nossa baía o brigue de guerra inglês Savage, comandado pelo tenente Bowquer, que em nome do almirante Walpole, comandante das forças britanicas de Gibraltar, exigia a imediata entrega do patacho Bernarda, com a ameaça de exercer represálias, se não fosse prontamente atendido o seu pedido. A autoridade manteve-se na mais absoluta recusa, sendo a sua enérgica atitude louvada pelo governo de Lisboa.
Domingos Olavo Correia de Azevedo morreu em Lisboa a 9 de Março de 1855.