Teatro Esperança
Por fins do ano de 1858, constituiu-se nesta cidade uma sociedade composta de dezoito mancebos, que se propunha dar algumas representações teatrais e proceder à construção duma pequena casa de espectáculos. Desta sociedade que tinha o nome de Esperança, faziam parte entre outros, Júlio Galhardo de Freitas e Pedro de Alcântara Góis, que já em vários espectáculos tinham dado provas das suas notáveis aptidões para o teatro. Ao encontro dos esforços desta prestante sociedade, foi o negociante João de Freitas Martins que pôs à disposição dela um excelente armazém que possuía à rua dos Aranhas. Começaram imediatamente os trabalhos de adaptação, tendo a Câmara do Funchal contribuído com 200Ç000 réis e o conde de Carvalhal com quantia aproximada e a oferta do cenário sendo este titular o mais desvelado protector da Saciedade Esperança.
A inauguração solene realizou-se no dia 10 de Março de 1859, com a representação das peças o Judeu e o Conde de Paragará. Encontrando-se no Funchal António José de Sousa Almada (volume I, página 45), que era compositor dramático e redactor duma revista teatral, prestou à Sociedade Esperança assinalados serviços na escolha, ensaio e representação das peças.
Quando se abriu a rua 5 de Julho, ficou o teatro Esperança reduzido a proporções mais acanhadas, obrigando a abertura dessa rua a demolir algumas das dependências do mesmo teatro.
Em 1887, foi adquirido pelo conde de Canavial e passou a ter o nome daquele titular. Em 28 de Agosto de 1915, foi vendido ao empreiteiro João Pinto Correia, que pouco depois procedeu à sua demolição.
Até o ano de 1888, em que se inaugurou o teatro D. Maria Pia, foi o pequeno teatro Esperança a única casa de espectáculos que existiu entre nós, tendo ali funcionado várias companhias de opereta e dramáticas.