Távora
Sua administração episcopal, vinculando a mia embora curta passagem nesta diocese a alguns actos que a justiça manda fazer deles menção especial neste lugar.
Pertencia às mais distintas famílias do Reino, sendo filho de Álvaro de Sousa e de D. Francisca de Távora. Era sobrinho do tristemente célebre D. Cristóvão de Moura, marquês de Castelo Rodrigo, um dos portugueses que mais contribuíram para que Portugal caísse sob o domínio castelhano.
D. Filipe II foi arrancar Frei Lourenço de Távora ao remanso do convento a que voluntariamente se recolhera e onde contara passar a vida inteira. Foi nomeado prelado da Madeira em Outubro de 1609 e recebeu a sagração episcopal a 6 de Julho de 1610, tendo no ano seguinte assumido a direcção do seu bispado.
Reuniu um conselho diocesano e nele promulgou várias constituições tendentes a corrigir muitos abusos que se tinham introduzido na disciplina eclesiástica. Obrigou os administradores das capelas, sob penas severas, a cumprirem encargos pios a que estavam obrigados e que em boa parte tinham já caído em desuso. Na ordenação dos presbíteros, foi em extremo escrupuloso e só conferia ordens sacras aos que julgava verdadeiramente dignos de exercerem o ministério sacerdotal com a irrepreensível conduta própria daquele estado.
Durante alguns meses, exerceu interinamente o lugar de governador e capitão-general deste arquipélago para que tinha sido nomeado por alvará régio de 8 de Abril de 1614.
Depois de administrar seis anos a diocese funchalense, foi transferido para o bispado de Elvas1 tendo saído da Madeira a 7 de Outubro de 1617.
Em 1625, renunciou à Sé episcopal de Elvas e recolheu-se ao retiro do seu primeiro convento de S. António dos Capuchos em Llsboa1 e ali morreu com fama de santo, segundo afirma Jorge Cardoso, a 11 de Maio de 1629.
Antes de renunciar à mitra e de internar--se no seu mosteiro, doou à fábrica da Sé do Funchal umas casas de moradia, que possuía nessa cidade, com os encargos da celebração de algumas missas anuais em sufrágio da sua alma.
Foi o oitavo prelado desta diocese, tendo sucedido a D. Luís Figueiredo de Lemos