Soares (Padre Caetano Alberto)
Era filho de Antonio Soares Felgueiras e de D. Ana de Oliveira, e nasceu na freguesia do Porto da Cruz a 23 de Maio de 1790. Vindo para o Funchal em tenra idade, para casa de seu padrinho o cónego Caetano Alberto de Araujo, fez nesta cidade os estudos preparatórios de humanidades e o curso de teologia no Seminário Diocesano. Ordenou-se de presbítero e seguiu imediatamente para Coimbra, onde se matriculou na faculdade de leis, concluindo a sua formatura no ano de 1820 ou pouco depois. Exercia no Funchal a advocacia e regia a cadeira de latinidade, quando em 1826 foi eleito deputado pela Madeira, tendo tomado assento em cortes e residido em Lisboa, até o ano de 1828, em que se ausentou para o Rio de Janeiro, receando ser vitima das perseguições que o governo absoluto começava então a fazer contra os adeptos das ideias liberais. Fixando residência na capital do Brasil, naturalizou-se cidadão brasileiro e logo se dedicou à carreira do foro, tendo ali alcançado nomeada como um distinto advogado. Exerceu várias comissões de serviço público e entre elas as de juiz dos orfãos, advogado da Casa Imperial, presidente do Instituto dos Advogados, etc.. Tendo o governo brasileiro oferecido o prémio de um conto de réis ao autor do melhor projecto de um código civil, foi o Dr. Caetano Alberto Soares nomeado membro da comissão encarregada de emitir parecer acerca do projecto apresentado. O Dr. Soares teve o infortúnio de ser assaltado pela cegueira, continuando, apesar disso, no exercício da advocacia, em que notavelmente se distinguiu. Devido a essa circunstância, não deixou trabalhos impressos, além duma memória lida no Instituto dos Advogados e publicada no ano de 1848. Faleceu no Rio de Janeiro a 28 de Fevereiro de 1867.