EconomiaArquitetura

Mercado União

Foi construído em 1835 no local onde existiam as ruínas da igreja de Nossa Senhora do Calhau, tendo a Câmara Municipal em 12 de Junho pedido licença ao Prefeito para demolir a torre e os restos da mesma igreja, não obstante a carta regia de 10 de Março de 1805 tê-los mandado conservar. Para dar maior extensão ao mercado adquiriu a Câmara dois prédios, um pertencente a Francisco João de Santa Clara e Brito e outro à confraria do Santíssimo de Santa Maria Maior, os quais foram também mandados demolir.

Embora o mercado já funcionasse em fins de 1835, só em princípios de 1839 é que foi fechado com uma galeria de ferro, com três portas.

Em 10 de Novembro de 1910, resolveu a Câmara extinguir e demolir no fim do ano o mercado União, mas só em 8 de Junho de 1911 é que se mandou abrir praça para as obras da referida demolição, as quais foram arrematadas em 10 de Abril do mesmo ano.

Iam-se tornando muito acanhadas as instalações do Mercado de D. Pedro V, destinado especialmente à venda de «verduras e hortaliças», e da Praça de S. Pedro, em que se fazia a venda de todo o peixe consumido na cidade. Essas ponderosas circunstancias e ainda a impreterível necessidade do prolongamento da «Avenida do Mar» aconselhavam a edificação de novos mercados, em harmonia com o movimento sempre crescente da população, com os mais modernos e rigorosos preceitos da higiene e com a largueza e desafogo que importava imprimir a esses importantes serviços. Aventurou-se a Camara do Funchal a essa empresa e fez levantar uma grandiosa construção, em que esses múltiplos serviços ficaram funcionando em um só edifício, embora em diversas, vastas e independentes instalações, com todas as condições exigidas pela mais perfeita organização desses mesmos serviços, chegando a afirmar-se que no seu género era a primeira instalação de todo o país.

O local escolhido foi o de um vasto poligono enquadrado dentro dos limites do Largo dos Lavradores, Rua de Santo António ou do Hospital Velho, Rua da Boa Viagem e Rua Nova de Santa Maria ou de Latino Coelho, sendo a entrada principal aberta no antigo Largo dos Lavradores.

Como já ficou dito, apesar da diversidade dos serviços acumulados e que se faziam em dois diferentes mercados, tudo ficou disposto e ordenado, em virtude da larga capacidade das instalações e da especial e metódica organização que a tudo presidiu, de modo a não dar-se quaisquer perturbações e antagonismos entre as variadas secções de carácter industrial e comercial, que ali exercem a sua actividade.

Pessoas mencionadas neste artigo

Servulo Drumond de Meneses
Vereador da Câmara em 1853

Anos mencionados neste artigo

1835
Construção do mercado
1839
Fechamento do mercado com galeria de ferro
1910
Decisão de extinguir e demolir o mercado União
1911
Abertura de praça para as obras de demolição