Maximiliano (Imperador do México)
A 5 de Julho de 1852, chegou pela primeira vez à Madeira o príncipe Fernando Maximiliano, que depois foi imperador do México. A sua curta demora nesta ilha, ficou assinalada pela maneira generosa como contribuiu para a construção da Ponte Monumental e pela valiosa dádiva que fez ao Asilo da Mendicidade e Órfãos do Funchal.
Casou em 1857 com a princesa Maria Carlota, filha de Leopoldo I, rei da Bélgica, e chegou à Madeira, com sua esposa, a 6 de Dezembro de 1859, no vapor de guerra austríaco Elisabeth. O príncipe saiu desta ilha a 22 de Dezembro em viagem de estudo pela América do Sul, e a princesa passou o Inverno no Funchal, aguardando o regresso de seu marido, que foi a 5 de Março de 1860. No dia 12 do mesmo mês e ano, saíram os príncipes desta ilha em direcção à Áustria.
A 10 de Abril de 1864, aceitou o príncipe Fernando Maximiliano o encargo de ser imperador do México, e como tal foi logo proclamado e reconhecido, tendo passado na Madeira, com sua esposa, em direcção aquele país, a 28 daquele mês e ano na fragata austríaca Novara, que ia acompanhada pela fragata francesa Themis. Foram prestadas aos imperadores as honras devidas á sua alta jerarquia, tendo a elas correspondido gentilmente os ilustres viajantes, convidando para um jantar a bordo da Novara o bispo diocesano D. Patricio Xavier de Moura, o Governador Civil conde de Farrobo, o conde de Carvalhal, o consul Carlo de Bianchi, o dr. Luiz Pita, etc..
Sabe-se o desgraçado fim que teve o infortunado imperador. Não podendo sufocar as revoluções que se sucediam no país e abandonado pelo governo francês, foi fuzilado a 16 de Junho de 1867. A imperatriz enlouqueceu e não tornou a recuperar o uso da razão.
Todos reconhecem hoje que o imperador Maximiliano foi vitima da mais atroz injustiça. Avesso por índole ás violências e a todas as medidas de excessivo rigor, sucumbiu talvez á falta de energia e de audacia de que o acusavam alguns dos seus mais fiéis partidários.
Era um espírito muito culto, tendo publicado alguns volumes, que foram traduzidos na língua francesa.
Parece que esteve projectado o enlace matrimonial do príncipe Maximiliano com a princesa D. Maria Amélia, filha de D. Pedro IV e da imperatriz D. Amélia, fundadora do hospício que tem o nome daquela princesa.
A bela estatua de Nossa Senhora das Dores, que encima o altar da capela do Hospício da Princesa D. Maria Amélia, foi oferta do Príncipe Fernando Maximiliano.