Andrade (Cónego Dr. João Jacinto Gonçalves de)
Nasceu na freguesia do Campanário a 10 de Fevereiro de 1825 e era filho do tenente Francisco Joaquim Gonçalves de Andrade e de D. Caetana Maria de Macedo. Frequentou o seminário do Funchal e ordenou-se de presbítero, tendo pouco depois embarcado para o Brasil, onde era bispo seu tio D. Manuel Joaquim Gonçalves de Andrade e onde era distinto lente da Universidade de S. Paulo seu irmão o conselheiro Francisco Justino Gonçalves de Andrade. Fixou residência em Vassouras e aí exercia as funções do seu ministério, quando, levado por conselhos do Dr. Francisco Justino, se matriculou na Faculdade de Direito da Universidade de S. Paulo e nela se doutorou, tendo pouco depois feito concurso para uma das suas cadeiras e sido nomeado lente, lugar que exerceu até o ano de 1891 em que se jubilou.
Era homem de larga instrução e exerceu com distinção o magistério universitário, embora não podesse ombrear com as altas faculdades de espírito e o profundo saber, sobretudo nas ciências jurídicas, de seu irmão o Dr. Francisco Justino Gonçalves de Andrade, de quem já nos ocupamos a pag. 68 deste Elucidario. O Dr. João Jacinto de Andrade não deixou nunca o exercício das funções eclesiásticas, a que sempre se dedicou com entranhado amor, tendo sido um sacerdote exemplar e gozando como tal de notável prestigio na cidade de S. Paulo, onde viveu largos anos e onde veio a falecer no dia 16 de Janeiro de 1898.
Andrade Corvo (João de).
Este distinto escritor e homem de ciência esteve na Madeira em 1853, encarregado pela Academia Real das Sciencias de Lisboa de estudar a moléstia chamada a mangra, que então invadiu as vinhas desta ilha e em grande parte as destruiu. Como resultado dos seus trabalhos publicou as Memórias sobre as Ilhas da Madeira e Porto Santo.
Na primeira memória prometia a publicação de mais duas, que não chegaram a vir a lume. Andrade Corvo chegou a esta ilha a 29 de Julho de 1853 e aqui se demorou até meado de Setembro seguinte.