Lomelino
Este apelido de família foi introduzido na Madeira em 1476 por João Baptista Lomelino e seu irmão Urbano Lomelino, ambos genoveses e descendentes dos marqueses Lomellini, que entravam no número das vinte e oito familias que compunham o antigo senado de Génova. Vieram para esta ilha recomendados pela infanta D. Beatriz, em carta escrita á Câmara do Funchal. Fez Urbano Lomelino assento em Santa Cruz, onde adquiriu muitas terras e ali casou com Joana Lopes, de quem não teve descendência, deixando os seus bens a seu sobrinho Jorge Lomelino, a favor de quem instituiu um morgadio que foi dos mais importantes desta ilha. Como já dissemos a pág. 308 do 1.° volume, instituiu Urbano Lomelino o convento dos Franciscanos da vila de Santa Cruz, que Jorge Lomelino concluiu, por ter aquele morrido em 1518, antes de terminadas as obras de construção.
(V. Convento da Nossa Senhora da Piedade, pág. 308 do 1.° vol.).
Jorge Lomelino morreu a 9 de Dezembro de 1548 e foi depositado na igreja do convento de Santa Cruz, de que era padroeiro. Na capela da Quinta das Cruzes, que foi pertença do morgadio dos Lomelinos, encontra-se um carneiro de mármore contendo uma ossada, que se afirma ser de Urbano Lomelino, o fundador daquela casa vinculada.
Armas de família: «um escudo partido, com um perfil negro um tanto arcado, e a parte de cima roxa e a de baixo do dito escudo de oiro», segundo informa Henriques de Noronha.
A casa dos Lomelinos constituiu um dos mais ricos morgadios da Madeira e teve como ultimo representante Nuno de Freitas Lomelino, falecido no Funchal a 12 de Janeiro de 1882.