Biologia

Lobos Marinhos

Diz Frutuoso que João Gonçalves Zarco e seus companheiros encontraram no local a que chamaram Câmara de Lobos «tantos lobos marinhos que era espanto; e não foi pequeno refresco e passatempo para a gente, porque mataram muitos delles e tiveram na matança muito prazer e festa».

O que fizeram os descobridores repetiu-se inúmeras vezes mais tarde, o que deu em resultado desaparecerem os lobos marinhos de Câmara de Lobos e talvez doutros pontos da ilha onde é possível que existissem hoje esses animais só aparecem nas furnas marítimas da Deserta Grande, mas como os pescadores os matam quando os encontram, é de crer que venham a desaparecer daquela ilha, como já desapareceram da Madeira.

Na primavera de 1878, foram mortos na Deserta Grande oito lobos marinhos, e depois disso outros foram destruídos ou capturados naquela ilha, sendo alguns deles expostos á curiosidade do público do Funchal.

No Museu Britânico, existem vários exemplares de lobo marinho, provenientes da Deserta Grande, um dos quais com mais de metro e meio de comprido, e no museu do liceu do Funchal existiu um pequeno exemplar da mesma espécie, capturado também naquela ilha e que chegou a viver alguns dias num lago do Jardim Municipal. Encontra-se um exemplar no Museu Municipal.

O lobo marinho do arquipélago da Madeira é o Monachus albiventer, espécie mediterrânea que tem na Deserta Grande o seu habitat mais meridional.

Pessoas mencionadas neste artigo

Frutuoso
Historiador que mencionou a presença de lobos marinhos em Câmara de Lobos.

Anos mencionados neste artigo

1878
Ano em que foram mortos oito lobos marinhos na Deserta Grande.

Localizações mencionadas neste artigo

Câmara de Lobos
Local onde João Gonçalves Zarco e seus companheiros encontraram tantos lobos marinhos.