Amelia (Imperatriz D.)
A Imperatriz do Brasil D. Amelia, viúva de D. Pedro IV, e sua filha a princesa D. Maria Amelia chegaram ao Funchal no dia 28 de Agosto de 1852 na fragata da marinha de guerra D. Fernando, que vinha acompanhada pela corveta D. João I e pelo vapor de guerra D. Luiz. Era comandante da esquadra o capitão de mar e guerra José Maria de Sousa Soares, e servia de almirante a fragata D. Fernando. A recepção foi imponentissima, impressionando profundamente a imperatriz e a princesa, que, a pesar de gravemente doente, se mostrou, desde o desembarque na Pontinha até á Quinta das Angústias, onde estabeleceu residência, sempre alegre e sorridente á vista de tantas demonstrações de apreço e de carinho, que lhe prodigalizavam os habitantes desta cidade. Todos sabem que a princesa D. Maria Amélia não encontrou nos ares balsâmicos da Madeira e na benignidade do seu clima os alívios que se esperavam. Depois de cinco meses e alguns dias de permanência entre nós sucumbiu aos estragos da terrível tuberculose pulmonar, na madrugada do dia 4 de Fevereiro de 1853. A princesa, dizem insuspeitas testemunhas contemporâneas, era de uma bondade inigualável e despertava em todos que a viam ou dela se aproximavam a mais viva e apaixonada simpatia e por isso a sua morte produziu em toda a população funchalense um sentimento de profundissimo pesar, que durante muitos anos perdurou entre nós. O embarque da imperatriz, no seu regresso a Lisboa, acompanhando o féretro que continha os restos mortais da princesa sua filha, realizou-se no dia 6 de Maio de 1853. Foi um prestito imponente, em que se não viam olhos enxutos. Desde o mais modesto popular até á desolada imperatriz, choravam todos copioso pranto. Parecia que se dera uma grande calamidade. Esta morte, como todos sabem, determinou a fundação do Hospício da Princesa D. Maria Amelia de que em outra ocasião falaremos. A imperatriz D. Amelia faleceu em Lisboa a 26 de Janeiro de 1873.