Henriques de Noronha (Henrique)
Nasceu na freguesia de Câmara de Lobos a 1 de Março de 1667, sendo filho de Pedro Bettencourt Henriques e de D. Maria de Meneses, e tendo sucedido na casa vinculada de seu tio o morgado Inácio de Bettencourt e Câmara. Era uma inteligência muito culta e dedicou-se especialmente a estudos históricos e genealógicos, em que alcançara uma grande cópia de conhecimentos, sendo considerado uma verdadeira autoridade em assuntos respeitantes à historia madeirense. Enviou alguns trabalhos manuscritos á Academia Real da Historia Portuguesa, sendo por isso admitido no numero dos seus membros. Diogo Barbosa Machado na Biliotheca Lusitana e António Caetano de Sousa na Historia Genealogica da Casa Real Portuguesa, ocupam-se com louvor dos trabalhos de Henriques de Noronha e fazem-lhe referências muito elogiosas. São-lhe atribuídas as Memorias seculares e eclesiásticas para a composição da historia da diocese do Funchal, a que se referem as Saudades da Terra a paginas 786 e a que já também nos referimos com alguma largueza a pág. 389 e 390 do I vol. deste Elucidário. Escreveu um Nobiliário Genealógico de famílias madeirenses, de que existe uma copia em três volumes na biblioteca da Câmara Municipal deste concelho e que é tido por um dos mais autorizados escritos sobre o assunto (V. Nobiliarios). Morreu Henrique Henriques de Noronha a 26 de Abril de 1730. Existe dele um retrato a óleo no palacete dos condes de Torre Bela.