Governadores Gerais
Com o domínio filipino terminou o governo dos Capitães-Donatarios (V. Donatarios), passando este arquipélago a ser administrado por Governadores Gerais, da imediata nomeação do governo espanhol. A administração dos Governadores Gerais durou todo o período da administração castelhana. Foram eles:
Os governadores e capitãis-generais e depois deles os primeiros governadores civis, tomavam posse dos seus cargos na sala das sessões da Câmara Municipal do Funchal, na presença da municipalidade reunida. Era tal o respeito que inspiravam os antigos capitães-tenentes que, quando saíam, todos os homens paravam e tiravam os chapéus quando eles se aproximavam, devendo os cavaleiros apear-se á sua passagem. Em 3 de Setembro de 1803 recolheu ás prisões do ilhéu um tal Henrique Correia de famílias fidalgas, por se não haver apeado á passagem do governador D. José Manuel da Câmara e responder um tanto desabridamente a esta autoridade ao ser admoestado pela sua desatenção, e o falecido morgado Antonio João da Silva Betencourt Favila também foi preso em certa ocasião por não ter cumprimentado um governador e capitão-general!
Quantum matatus ab illo!
O Dr. Damião Peres, ilustre professor da Universidade de Coimbra e antigo reitor do liceu do Funchal, que tem o seu nome ligado a valiosos trabalhos acerca da historia do nosso país, publicou nos anos de 1974 e 1975 dois interessantes opúsculos intitulados O Desembargador João Leitão Governador Geral da Madeira e O Problema dos Governadores Gerais da Madeira, em que se propôs demonstrar que carecia de fundamento a designação genérica de Governadores gerais dada pelo Dr. Alvaro Rodrigues de Azevedo, erudito comentador das Saudades da Terra, ás autoridades superiores deste arquipelago durante a dominação castelhana, competindo-lhes apenas o nome de capitâis gerais, segundo se lê em alguns documentos oficiais da época. O co-autor deste Elucidário C. A. de Meneses, numa série de artigos publicados no Diário da Madeira do mês de Setembro de 1925, explica e justifica a designação empregada pelo Dr. A. R. de Azevedo, aduzindo ponderosos argumentos que invalidam a afirmação do Dr. Damião Peres. Bom é notar que se trata duma particularidade de secundaria importância, que não oferece grande interesse á historia desta ilha.
Comandantes Militares.