Gonçalves de Freitas (Luiz António)
Era filho do conselheiro António Gonçalves de Freitas (V. este nome) e de D. Julia de Abreu Gonçalves de Freitas, tendo nascido a 23 de Fevereiro de 1858. Concluíu em Coimbra a sua formatura em direito em 1880. Começou muito cedo a cultivar as letras e publicou alguns volumes de versos, sendo ainda aluno da Universidade. É grande a sua bagagem literária tanto em prosa, como em verso. Depois de ter dado á luz alguns volumes, empreendeu a publicação de todos os seus escritos com o título de Obras Completas de Luiz António Gonçalves, que a morte não o deixou completar, mas de que ainda saíram a lume dezanove volumes. Entre as suas obras podemos citar Impressões, Phantasias, A Pupila de Beltrão, Oscillações, Mavalen, Reminescências, Discursos e Trabalhos Parlamentares, Artigos Políticos, Das Galerias, Expansões, Respigas, Humorismos, Discussão e Controvérsias, Mescla de Assumptos, Rachel, Horas de Paz, Noite de Nupcias, Os Pecados da Mocidade.
Representou a Madeira em cortes na sessão legislativa de 1882 a 1884 e os discursos que proferiu no parlamento, defendendo os interesses deste arquipélago, acham-se publicados no seu livro Discursos e Trabalhos Parlamentares.
Foi chefe de repartição no governo civil de Lisboa e exerceu diversas comissões de serviço publico.
Alguns meses antes de falecer passou o Dr. Luiz Gonçalves de Freitas pelo enorme desgosto de perder a sua selecta biblioteca, devorada por um incêndio, o que lhe causou um abalo tão violento, que esteve prestes a sucumbir. Algum tempo depois fulminou-o uma congestão cerebral, a 28 de Outubro de 1904, tendo apenas 46 anos de idade.
Foi um distinto e apreciado poeta, tendo também escrito varias peças teatrais tanto em prosa, como em verso. Teve larga colaboração em muitas revistas e jornais, sendo um grande numero desses escritos coligido na edição das suas Obras Completas.