Fortaleza de S. Lourenço
Iniciada no reinado de D. Manuel, por um simples baluarte, foi sucessivamente modificada nos reinados de D. João III e D. Sebastião, e rematada no domínio filipino. Em 1566 foi tomada de assalto pelos piratas, pela banda do norte, cujo muro se elevava apenas a 12 palmos de alto, e tendo-se Montluc apossado de uma casa fronteira, dali mandou varejar o cubelo e mais partes do forte, e sendo depois forçada a porta do baluarte, foram passados a fio de espada 250 indivíduos, entre defensores e pessoas que ali se achavam refugiadas.
No torreão de leste, em cantaria lavrada, tem as armas de Portugal, a coroa ducal, duas esferas emblemáticas de D. Manuel e uma cruz de Cristo. No baluarte norte, em mármore branco, tinha as armas de Castela, sobre as quais foram enxeridas depois as de Portugal, e cortado o saliente em 1917, para alinhamento da avenida Dr. Manuel de Arriaga.
Dentro do recinto da Fortaleza Velha foi construída a capela de S. Lourenço em 1635, passando desde então a chamar-se Fortaleza de S. Lourenço.
O alvará do 1.° condestavel é de 20 de Junho de 1566, em favor de Gonçalo Fernandes, vindo de Lisboa. Era guarnecida por 24 bombardeiros a 30 réis diários, passando em 1753 a receberem 80 réis.
O 1.° capelão foi o padre José da Costa, em 1641, a quem foi mandado dar 44, como se fazia a qualquer soldado quando assentava praça, e tinha soldo de artilheiro, com obrigação de ali dizer missa aos domingos e dias santificados.
Vários edifícios públicos foram construídos na Fortaleza de S. Lourenço, ao redor do amplo pátio quadrangular interno e do baluarte do norte. (Vid. Palácio de S. Lourenço).