Algas
Na Madeira, Porto Santo e Desertas têm sido achadas até o presente 373 espécies de algas, das quais 211 pertencem ao grupo das Diatomaceas. Das 162 espécies restantes, 127 são marinas e 35 vivem nas ribeiras, tanques, lugares húmidos e levadas, não se conhecendo acerca de muitas delas senão os nomes dos géneros a que pertencem.
A Enteromorpha compressa é extremamente comum nas pedras que as águas descobrem na baixa mar, e a Ulva Lactuca, a Padina Pavonia, a Cystoseira ericoides, etc., também são raras em certos pontos da costa, cobertos ou banhados pelo mar.
A Laminaria saccharina, de grandes dimensões, aparece nas proximidades da Ponta de S. Lourenço, onde também têm sido achados o Sargassum bacciferam e duas espécies do género Liagora, uma das quais é a L. pulverulenta.
A Corallina officinalis, a Jannia rubens, o Gelidium corneum e outras Rodophyceas, não são raros na Ponta Delgada e nalguns pontos da costa do sul.
Nas ribeiras, levadas e charcos da Madeira abunda uma espécie de Oedogonium (talvez o 0. capilliforme), e nas rochas húmidas e junto das quedas de água é frequente o Nostoc verrucosum, de forma globular, associado ás vezes á Anabaena flos-asquae e a outras Myxophyceas.
Na Ribeira de João Gomes, sob a ponte do Curral dos Romeiros, vive a rarissima Lemanea fluviatilis, alga filamentosa e coriacea, e nos charcos próximos têm sido achadas as Desmidiaceas seguintes: Staurastrum muticum, Cosmarium Botrytis, C. margaritiferum e Closterium acerosum.
No museu do Seminário existe uma colecção de algas marinas, determinada pelo professor Schmitz, da Universidade de Greifswalde, e o Rev. Schodduyn, de Pas de Calais, determinou em 1910 várias algas de água doce que lhe foram remetidas pelo autor destas linhas.
V. Borge, Gain, Piccone e Zimmermann.