Farol de São Lourenço
Como se sabe tinha o nome de S. Lourenço o navio que João Gonçalves Zarco comandava por ocasião do descobrimento da Madeira, e ao demandar pela primeira vez aquela língua de terra, deu-lhe o mesmo nome da caravela que o conduzia. A extremidade desta ponta, ou antes um pequeno rochedo isolado que lhe fica fronteiro, foi sempre julgado o local mais apropriado para a montagem dum farol, pois que a sua acção iluminativa se estenderia por uma parte considerável do norte e sul da ilha, e ainda pela travessa que separa a Madeira do Porto Santo. Esse rochedo é um ilhéu adjacente á ponta, da qual está separado por um estreito boqueirão, apenas navegável para embarcações de pequena lotação.
Em 1867 procedeu-se á organização do definitivo projecto e orçamento das obras deste farol, tendo os trabalhos da construção da respectiva casa e dependências anexas, começado em 1868 e terminado em princípios do ano de 1870.
O farol é dioptrico ou lenticular, de segunda ordem, emitindo uma luz branca com clarões intermitentes de 30 em 30 segundos e avista-se a 25 milhas de distancia. Foi construído pela casa francesa Saulter e veio proceder ao seu assentamento o engenheiro Charles Trepardoux. O seu custo, incluindo o transporte e a montagem, foi de 8.370$00.
A lanterna está colocada a 140 metros acima do nível do mar e fica a 32.° e 41, de latitude norte e 16.° e 39, de longitude oeste pelo observatório de Greenwich.
Começou a funcionar, iluminando pela primeira vez aquelas paragens, a 30 de Setembro de 1870.
Estava satisfeita uma grande necessidade publica. As reclamações da navegação eram constantes e até pedidos de indemnização se tinham feito pelos prejuízos causados a muitas embarcações. Alguns navios naufragaram naquelas imediações, devendo especializar-se o encalhe do Forerunner, em Outubro de 1854.