Costa Torres (D. José da)
A D. Gaspar Afonso da Costa Brandão sucedeu na cadeira episcopal do Funchal o prelado D. José da Costa Tôrres. Nasceu na cidade de Setubal a 11 de Agôsto de 1741 e era doutor em canones pela Universidade de Coimbra. Foi confirmado bispo da Madeira por Pio VI, em Novembro de 1786, e tomou posse desta diocese a 18 de Setembro de 1787. Como prelado do Funchal deixou assinalada a sua passagem nesta ilha pela perseguição que moveu á maçonaria, de acôrdo com o governador e o capitão general e em virtude de ordens emanadas do govêrno central. No entretanto afirma-se que exorbitou das ordens recebidas, tendo o proprio govêrno da metropole que intervir nos excessos praticados pelo prelado. Entre os perseguidos contava-se o deão da Sé do Funchal dr. João Francisco Lopes Rocha, que a tal proposito escreveu uma longa carta ao ministro José Seabra da Silva, queixando-se das prepotencias cometidas por D. José Tôrres, carta que é documento por muitos titulos interessante e que foi publicada em 1822, em Londres, no Campeâo Portugues. A 22 de Junho de 1796 foi transferido para a Sé de Elvas. Quando já se preparava para deixar a Madeira, teve que antecipar apressadamente a sua saída e abandonar esta ilha, diz um documento da época, “na noite de 6 de Outubro de 1796, sem se despedir de pessoa alguma, nem do Santissimo Sacramento: e até agora ignora-se o motivo deste afectado embarque de noite e por portas travessas“. Foi em 1806 nomeado arcebispo de Braga e ali morreu alguns anos depois, tendo 72 anos de idade.