Correios
O serviço regular no correio do Funchal parece datar de 1662, ano em que foi nomeado para a Madeira um tenente correio-mor, encarregado do “regimento e execução do porte das cartas“. É de crer que este funcionario fôsse subordinado ao correio-mor do reino e que só dele recebesse ordens, visto a administração dos serviços postais não estar nessa epoca a cargo do governo.
O oficio do correio-mor desapareceu em 1797, e em 13 de Maio de 1798 foi criado o correio da Madeira, que ficou a cargo de um administrador, tendo rendido 251$630 réis neste ano, 312$500 em 1800, 381$550 em 1810, 691$120 em 1820 e 1.160.830 em 1823. De 1798 a 1824 rendeu o correio a importancia de 14.606.066 réis.
Em 8 de Abril de 1805 foi ordenado, por decreto, que os correios da Madeira e Açores fossem anexados á Administração Geral dos Correios, mas esta anexação, segundo parece, não se fêz, visto em 18 de Abril de 1838 ter aparecido um novo decreto em que se suscitava a completa observancia do que fôra determinado no diploma anterior.
Os serviços postais no Funchal estiveram durante largos anos a cargo de um correio assistente, subordinado á Administração Geral dos Correios, mas não podemos precisar o ano em que esse logar foi criado.
O lugar de correio assistente era dado a quem o desempenhasse em condições mais vantajosas para o Estado, e as funções do individuo nomeado duravam três anos, findos os quais se abria novo concurso. O correio assistente prestava fiança perante a Camara Municipal, cobrava os portes legais de toda a correspondencia e os premios dos objectos que segurava contra os riscos do extravio, e ficava obrigado a estabelecer correios subalternos, segundo as necessidades do serviço, regulando-se em tudo o mais pelas disposições do regimento de 5 de Abril de 1805 e instruções anexas.
O maior lanço oferecido em 1839 pelo lugar de correio assistente do Funchal foi de réis 1.030.000 anuais, moeda forte, devendo esta importancia ser paga aos trimestres vencidos, na Administrasão Geral dos Correios em Lisboa.
O Decreto de 27 de Outubro de 1852 extinguiu os logares de correios assistentes e passou todos os estabelecimentos postais para a administração directa do Estado, sendo criado então o logar de director do correio do Funchal.
O referido decreto introduziu o uso das estampilhas, mas declarou facultativo este processo de franquia para a correspondencia interna trocada entre o continente do reino e as ilhas adjacentes, ou entre estas e aquele. As cartas estampilhadas pagavam 25 réis, até 3 oitavas de peso; os impressos 10 ou 20 réis até 1 onça de peso, conforme eram franquiados com selos ou não.
As malas, para Inglaterra eram expedidas outrora pelo consulado inglês nesta ilha, o qual tinha também a seu cargo receber as malas que vinham daquele país e remetê-las para o correio do Funchal, depois das cartas terem sido separadas dos jornais e outros impressos. O consulado inglês encarregava-se da distribuição dos impressos; o correio português da distribuição das cartas, convindo notar que estas nada pagavam no Funchal, visto os expedidores terem satisfeito os respectivos portes nos correios inglêses. O porte das cartas para a Inglaterra era pago nos correios inglêses, e não no consulado britanico, no Funchal.
A convenção postal celebrada com a Inglaterra em 5 de Junho de 1859, regularizou o serviço da correspondencia trocada com aquele país e reduziu os portes que se pagavam pela transmissão das cartas.
A distribuição domiciliaria de correspondencia na cidade do Funchal começou em 1877. Em Lisboa já em 1805 existia esse serviço, sendo o porte das cartas pago então por quem as recebia. O correio no Funchal desde 1866 que emite vales pagaveis no continente, e desde 1852 que tem delegações nas cabeças de concelho. A Camara Municipal do Funchal subsidiou durante algum tempo o serviço de transporte da correspondencia entre a cidade e certos pontos da ilha. Em 7 de Julho de 1880 foram reorganizados os serviços telegrafo-postais, ficando então juntos os correios,
Os correios desempenham um papel crucial na comunicação, juntamente com os telegrafos e os faróis. Em cada distrito administrativo ficou o serviço sendo dirigido por uma repartição denominada Direcção Telegrafo-Postal, e nas localidades que não eram cabeças de distrito, foram criadas estações.
Em 1886, 1892 e 1899 sofreram novas alterações os serviços telegrafo-postais, mas a reforma de 7 de Julho de 1880 é sem duvida a mais valiosa e importante que se tem realizado até o presente.
A receita dos correios da Madeira no ano económico de 1921 a 1922 foi de 832.043$00 e a despesa de 268.083$37.